sexta-feira, julho 02, 2010

menino do meu encanto

Nunca tinha chamado isto a ninguém, nunca pensei chamar sequer, mas saiu-me num dos dias em que partilhava o entusiasmo do seu novo caminho!

Sobretudo nunca tinha pensado em chamá-lo a alguém que não fosse uma paixão (no sentido estrito, limitado, vulgar..). Mas a verdade é que falamos duma pessoa apaixonante e de um terno amor meu. Mais ainda amor e mais ainda meu, porque de todos, porque decidido numa vida entregue a Deus.

Hoje recebo um telefonema brilhante deste mesmo amor. E no meio de uma conversa rápida de novidades e andanças, diz-me ele: "se eu tivesse acesso à net, criava um grupo no FB de pessoas que não gostam de pessoas inconstantes e ainda seríamos uns quantos!". E logo a seguir: "pois é, nisso somos mesmo iguais".

Não é que não gostemos mesmo de pessoas assim.. o problema até é que gostamos e muito, senão nem era assunto que nos perturbasse.. só que é algo que nos dá comichão, que nos deixa perdidos, que nos tira o chão. Somos pessoas de decisões e convicções sérias e profundas. E tudo o que seja indefinição faz-nos tremer. Particularmente adeptos da frase brutal e dura do Livro do Apocalipse: "Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Assim, porque és morno - e não és frio nem quente - vou vomitar-te da minha boca." (3, 15-16). Não é que sejamos especialmente radicais e/ou intolerantes mas quando ficamos em suspenso por causa de outros, é-nos difícil aceitar.

Do lado positivo pressupõe que somos pessoas altamente implicadas e comprometidas em tudo o que estamos envolvidos e com quem estamos envolvidos. Fiéis, permanecemos.

E entre nós, muitas vezes só mesmo entre nós, é que desabafamos estas dores de dificuldade de aceitação dos que não conseguem colocar-se assim na vida. Inteiros. ("Para ser grande, sê inteiro" - o nosso Fernando Pessoa)

Este menino do meu encanto, permanece encantado. E continua a encantar mesmo quando penso que estamos um bocadinho mais longe. Só ouvi-lo rir ao telefone, enche-me o coração. É ele que me faz desviar do meu percurso para entrar numa loja de música em Coimbra, só porque sei que ele vai ali às vezes e que gosta muito. Só para tentar sentir o que ele sente.

Estamos mesmo juntos. Na missão, no Amor. Somos tão amigos, que já somos Amor. E ele ainda me encanta, como um Amor que é sempre novo.

É por estas e por outras que digo que sou uma menina mimada do Pai. Ele é tantos mimos que quase me estraga! :)

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