quarta-feira, junho 20, 2012

Obrigada Tn'T! :]

"Quero ser o teu amor amigo. Nem demais e nem de menos. 
Nem tão longe e nem tão perto. 
Na medida mais precisa que eu puder. 
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida, 
Da maneira mais discreta que eu souber. 
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. 
Sem forçar tua vontade. 
Sem falar, quando for hora de calar. 
E sem calar, quando for hora de falar. 
Nem ausente, nem presente por demais. 
Simplesmente, calmamente, ser-te paz. 
É bonito ser amor amigo, mas confesso é tão difícil aprender! 
E por isso eu te suplico paciência. 
Vou encher este teu rosto de lembranças, 
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

Fernando Pessoa

segunda-feira, junho 18, 2012

da paranóia explicativa e/ou da recorrência irritante

tenho uma necessidade tão intrínseca quanto estúpida de explicar o que e quem me rodeia. às vezes torna-se quase obsessivo. e no entanto, o fundamento da minha vida, não tem explicação. a maioria das coisas importantes da vida não têm explicação. 

mas e quando a roda gira e saem os mesmos dados? os mesmos dados que já nos saíram tantas vezes? é impossível não querer perceber. porquê outra, outra, outra e ainda outra vez? porque é que os dados estão viciados? porque é que volto sempre ao mesmo sítio? o que é que significa? o que é me está a ser dito? o que é que eu não estou a ser capaz de ver para ter que voltar exactamente ao mesmo lugar? o que é que eu tenho que fazer? o que é que eu NÃO tenho que fazer? o que é que pode alterar o meu lugar no jogo? é para continuar? é para desistir? arriscar, apostar? não consigo não dar voltas. as mesmas cartas. os meus jogadores. tempos diferentes. só muda a cronologia. e as experiências acumuladas. questiono-me se, para além dos dados, não estará também o meu olhar (e o meu coração) viciado. questiono tudo, coloco as hipóteses todas na mesa, mas nenhuma faz sentido. sinto-me burra. incapaz de interpretar isto. ridícula. prestes a humilhar-me (again). impaciente como sempre. realizadora de filmes sem sentido e mais doloroso que isso: sem fim. sei que é diferente. sei que a jogada não começou da mesma forma mas a tortura é ser o mesmo jogo, com os mesmos jogadores. 

e eu sem explicações dificilmente aguento. sem "razões" que me descansem. sem controlo da situação. e a repetição da não explicação exaspera-me. é-me inacreditavelmente difícil aceitar o que não conheço, chama-se falta de confiança. 

e se há cartas debaixo da mesa? e se alguém está a fazer batota, bluff? e se eu tiver que perder outra(s) vez(es)? e se perdermos os dois? e se nos perdemos os dois?!.... e se a "sorte" nunca me sorrir? isto é mesmo "azar"? mas senão azar, what else?! e se fico aqui presa?! cada vez mais viciada no jogo, cada vez mais incapaz de sair, de reconhecer o vício? e se alguém se cansa de torcer por mim? e se? e se? e se? 

Já cantava o Pe Nuno Tovar de Lemos: o pior é a epidemia do se!..

segunda-feira, junho 11, 2012

de me partirem o coração

odeio esta altura do ano. começam já todos a falar do próximo ano e a debandar. começam a dizer: mas podes ir visitar-me, mas podemos falar por mail, eu rezo por ti. não quero visitas longe, nem conversas de e-mail, nem rezas. quero-os todos aqui ao pé de mim. não quero estar constantemente de coração partido. não quero pensar neles à distância e um dia quando damos por isso, já não falamos há meses. ou não me "cativam" ou não me deixam - das duas, uma. e demora tanto até voltarem.. mas tanto, que já seremos pessoas diferentes.. e depois? e depois se já formos pessoas irremediavelmente diferentes?!?

estes homens libertam-me a alma, mas cansam-me o coração. tenho dito. egoística e conscientemente dito.

domingo, junho 10, 2012

do "excesso de dom"

‎"Na ótica cristã, o encontro com o outro é lugar de experiência religiosa (Mt 10, 40; 25, 35), pelo que se estabelece uma leitura transcendente da relação e se afirma que a razão primeira que motiva e confere qualidade a essa relação é o amor. Na verdade, o sentido cristão da dádiva funda-se no "excesso de dom", excesso do amor de Deus pelo ser humano, que convida a uma resposta concretizada em gestos de amor, de cada pessoa ao outro e a Deus." 

in Voluntariado: missão e dádiva - FEC | Fundação Fé e Cooperação

sexta-feira, junho 01, 2012

dos tempos diferentes

"A sua incredulidade, é a nossa fé; a sua queda permitiu a nossa ascensão. Ainda 
não era tempo para eles, para que fosse o nosso."

S. Jerónimo