segunda-feira, setembro 28, 2009

foi baratinho

E pronto lá foi ele...

Feliz da vida, direitinho ao que Deus o chama.
Tranquilo como quem confia, desinquieto como quem anseia..
Sensato, seguro. A transbordar beleza interior. A obrigar-me a prometer visitas e cartas mensais. Cheio de confiança em mim também, nem eu sei bem porquê.

Mais um dos bons. Dos genuinamente bons. Dos que tropeçam e se levantam. Dos que choram e abraçam. Dos que têm um sensibilidade imensa sem medo de a ter nem vontade de a perder. Mas cheios de histórias e mágoas que fazem parte do caminho mas que não o definem, mas ajudam a seguir em frente.. e a ser MAIS. Não perfeito mas com aspiração de santidade. E é tão bonito vê-lo ir.. dá-me inveja, na verdade. Aquela desenvoltura e certeza toda. Aquela coragem de ter 24 aninhos e assumir um projecto-compromisso pa vida toda.

E foi baratinho - só 34,20€ - a oportunidade para partilhar um percurso interior, abraços que sabem pela vida, mimos, famílias, outro olhar. Por dentro, de dentro.

Quem dera custasse sempre tão pouco descobrir as pessoas por dentro...

Já não me podes ler aqui mas sei que sabes que não só nas cartas, continuarei sempre a escrever-te.

Boa "viagem"!

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sexta-feira, setembro 25, 2009

roubado ao R.

esperança

Ao atravessar esta fase "menos boa" que foi esta semana, apercebo-me duma coisa mesmo importante. Uma das minhas maiores conquistas de Moçambique e que trago agora comigo como nunca é a esperança.

Antes de ir, era-me muito difícil viver estas fases menos boas com esperança.
Mas tu vais e chegas. E onde chegas é a um sítio onde as pessoas acima de tudo têm esperança. Vidas desgraçadas a contrastar com uma esperança inquestionável. Não se tem comida, mas se há música dança-se. Se há uma piada, riem-se. Se há um sorriso.. devolve-se outro. E insiste-se constantemente e em cada dia com uma força nova. Tentar e voltar a tentar. A cada vez como se fosse a primeira. E às vezes as coisas melhoram mesmo e outras nem por isso. Mas é sempre assim. Continuar.

E se eles que tiveram muito menos que eu, têem esperança, posso eu não a ter? Seria um pecado. Já não a consigo não ter, já não dá mais para voltar atrás.

E custa-me e continua a custar-me.. e continua a ser difícil... mas há esperança. Tem que haver.

Moçambique plantou-me no coração a raíz da esperança profunda. Não me posso jamais esquecer de Moçambique.. nem da esperança!

Baci*

sexta-feira, setembro 18, 2009

yes, I can

Com tantas lavagens cerebrais de jesuítas e escravas, eu hei-de conseguir...

Vai demorar.. mas hei-de conseguir.
Deus ajuda.

Eu sei. Eu acredito, só há dias como hoje, em que acredito um pouco menos... mas há uma chaminha tremeluzente ainda acessa.

Eu vou conseguir.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Pain Is a Fact of Life, Misery Is a State of Mind


The great and famous French artist Auguste Renoir developed severe arthritis later in his life and found it painful even to hold a brush. It tortured his friends to see Renoir in so much pain, and they asked him to stop painting. But Renoir—who toward the end would strap a brush to his paralyzed fingers in order to keep painting—exclaimed, “Pain passes but beauty remains forever.”
Consider something from our daily lives, something as simple as walking: for some elderly or injured people, when they walk they have pain. But they want to walk. So they do and feel the pain. They cannot do away with the pain, but they know that there is more to life than the hurt they experience. Or for those of us who are younger and more healthy, walking can still sometimes be painful, like when our feet hurt. But if we resist the pain, we will go nowhere. Walking with the pain on the other hand takes us to places we would not have gone otherwise. So this is when we are opening ourselves to experience God in all things.

This reflection is from Just as You Are by Paul Coutinho, SJ

in Ignatian Spirituality published on FaceBook in 26 August 2009 at 03:59 p.m.
P.S. Para a M. - eu sei que tu consegues, ainda que tu não o saibas nem queiras acreditar!


sexta-feira, setembro 11, 2009

estate

Estate

Sei calda come il bacio che ho perduto

Sei piena di un amore che è passato

Che il cuore mio vorrebbe cancellare

Estate

Il sole che ogni giorno ci scaldava

Che splendidi tramonti dipingeva

Adesso brucia solo con furor

Tornerà un altro inverno

Cadranno mille pètali di rose

La neve coprirà tutte le cose

E forse un po' di pace tornerà

Estate

Che ha dato il suo profumo ad ogni fiore

L' estate che ha creato il nostro amore

Per farmi poi morire di dolor

Estate

quarta-feira, setembro 09, 2009

um pouco de paz

e de repente.. ei-lo aqui em Lisboa...
é o que eu digo... só em emoções estes 10 meses quase que batem o resto da minha vida toda..
ele está cá! e tenho esperança que os seus poderes místicos e a sua presença de paz me consiga acalmar o coração..
sei que não devia procurar a paz noutros... mas de facto, como diz o Padre da minha vida, há pessoas nas quais descansamos..
e vou vê-lo já hoje! sou uma abençoada!
(como é que é possivel ter conhecido tanta gente fascinante em apenas 10 meses? será que antes eu é que não andava atenta?)
*

segunda-feira, setembro 07, 2009

disfarce

Ninguém acredita em mim, mas há alturas em que eu penso mesmo que o meu coração vai ceder, parar e vou morrer. Às vezes são demasiadas emoções tanto positivas como negativas. Às vezes a energia que corre em mim, não é constante nem estável. Sinto-me a sufocar, sinto-me a explodir, basta uma palavra que nem precisa de ser a certa (apenas parecida com a certa) p'rás lágrimas começarem a fervilhar-me nos olhos.. E eu não quero, não posso. Há outros à minha volta. Só gosto de chorar quando estou sozinha ou protegida por uma companhia segura. Assim publicamente.. expõe-me. Se calhar é orgulho. Não me façam chorar se eu não posso falar, explicar.. Não me façam chorar senão for para rebentar.. se tiverem que ser lágrimas tímidas, pequenas, encolhidas, disfarçadas, caladas..

E foi difícil.. bem mais difícil do que eu pensava.. ir à primeira missa de envio dos Leigos depois de voltar. É o carimbo de que eu voltei e de que já não volto.. pelo menos daquela forma. É ter em flashes 9 meses de formação, 2 anos de missão e 9 meses de regresso. E é muito. É demasiado para o meu coração. Depois as pessoas todas e a quantidade de vidas transformadas por dentro... E Deus a dar-nos a certeza de que foi Ele, só podia ter sido Ele. E eu a lembrar-me da minha enorme pequenez e de como continuo a falhar e a receber Amor - não é isto uma forma de injustiça aos olhos humanos?!

E embrenhar-me atrás de pratos e comida e lixo pra não ter que olhar, pra não ter que falar.. e as pessoas a acharem todas que eu estava a trabalhar muito, sem saberem que eu estava era fugir muito.. O que mostramos para fora é sempre diferente de tudo o que vem cá dentro, e às vezes é mesmo muito diferente...

Não, não foi serviço ontem, foi vontade de fugir dali, vontade de estar ali mas sem sentir. Vontade de estar alegre e, não conseguindo, fazer alguma coisa que me redimisse de não conseguir estar assim, de não conseguir enfrentar o que sinto. E o Evangelho de S. Lucas a pesar-me no coração: "Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’»" (17,10)

Solidão. À séria. Pela primeira vez desde que vim.

Continuando com a certeza que há consolação depois da desolação.

sexta-feira, setembro 04, 2009

um mês e um microndas depois!

Pois é.. um mês e um microndas depois, continuo a amar a minha casa e as minhas LD friends que me deram a prenda mais certa possível!

Obrigada, meninas! Vocês são mesmo as melhores! :)

E é por estas e por outras que por mais que eu ame a minha casa, amo mais as pessoas que nela se podem mover, circular e preencher os espaços. Porque sem as pessoas .. esta casa não faria sentido.. e também foi por isso que a quis.. para poder enchê-la de momentos partilhados!


É extraordinário poder viver sozinha acompanhada!


A porta continua escancarada e aceitam-se marcações! :)


terça-feira, setembro 01, 2009

pois claro que vou!

e ele disse-me: gostava muito de poder falar tudo isto contigo

e eu disse: então, eu vou aí! mas vou mesmo!

e ele aceitou :)

mas alguém duvida ainda que eu não faça tudo ao meu alcance pelos meus amigos?!

nem que ele estivesse no fim do mundo, eu ia! e ainda por cima.. está só no princípio de Portugal! :)

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