sábado, fevereiro 20, 2010

até ver

há um fosso dentro de mim que não me deixa escrever e não é preguiça, é falta de vontade, é falta de sentido, é desencontro.

talvez pare por uns tempos. parece que já não há nada pra dizer. como se tudo se tivesse esgotado.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

after

a digerir...

aguardam-se as cenas dos próximos capítulos...

entretanto, a minha casa volta a ser albergue, não queria nada perder este abergue que acolhe pessoas daqui a 2 meses...

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sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Encontro Ibérico Porto

Vou-me pôr a caminho do Porto amanhã cedinho...

Pode ser que dê pa arejar e me passe a ventania da dor. Só um bocadinho, só um momento que seja.

E vem o G.! :D

O G. é belga. E eu tenho medo de não lhe saber mostrar Lisboa! Não é ridículo?

Baci*

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Gostava mesmo de poder dizer tudo a todos.

As palavras contidas doem-me tanto.

Sei que não posso, mas sei que queria.

O desespero, às vezes, enlouquece-nos!

O que me vale é Deus. E só Ele.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

“Deus, anda cá” – José Luís Peixoto

"Afinal, não era preciso chamá-lo. Já cá estava. Eles dizem que Deus vê tudo o que fazemos. Vê o obsceno, vê o repugnate, vê o miserável. Deuse vê o invisível. Se existir céu e inferno, fico contente por ti, mas, por mim, sinto um certo receio. Repara, eles não dizem que Deus vê algumas das coisas que fazemos, não dizem que Deus vê apenas aquilo que é mais interessante ou susceptível de ser considerado na equação céu/inferno. Não, eles dizem que Deus vê tudo o que fazemos: tudo. Quando dormimos, Deus olha pacientemente para nós. Já olhei para ti enquanto dormias. Compreende que Deus não se canse de fazê-lo. Também quando esperamos, Deus assiste à nossa espera. Também quando lavamos o carro numa estação de serviço. Também quando passeamos num jardim ao domingo.
Ainda assim quero pedir-te que não imagines Deus como um velho reformado, sem vida própria, submerso em memórias, sozinho, sentado num cadeirão gasto, a ver televisão numa sala com os estores corridos. Nada é assim tão simples. Nem mesmo esse velho reformado é assim tão simples. Deus não vê apenas, Deus sabe. Ao contrário de mim, Deus não se detêm perante o teu rosto, tentando perceber se queres ou não queres, se gostaste ou não gostaste, tentando perceber o que significa aquilo que dizes e aquilo que insistes em calar. Deus sabe a distância precisa entre a ponta do teu nariz e o z desta palavra: nariz. Sabendo tudo, Deus sabe muita informação desnecessária. Sabe tudo o que sabemos e tudo o que não sabemos. Quando estamos errados, Deus sabe detectar o erro, sabe corrigi-lo e sabe todas as possibilidades de resolução do problema, sem erro, com erro e com todos os erros possíveis. Deus é mais exacto do que a Matemática. Melhor do que nós, Deus consegue entender a razão de cada gesto porque conhece todos os pormenores da sua história e relaciona-os através da verdade. Deus consegue ver o passado com a mesma nitidez absoluta com que olha o presente. Nas grandes multidões, nos apertos antes da entrada nos estádios, nos concertos, eles dizem que Deus está lá a seguir cada pessoa e, para atenção de Deus, cada um desses indivíduos é um mundo inteiro e completo. Eles dizem que Deus só pensa em nós. Passa todo o tempo a ver-nos por dentro e por fora. Testemunha cada episódio da luta que travamos com os nossos instintos, com os nossos impulsos e com os impulsos que surgem no nosso caminho. O nosso caminho não é uma estrada. Não sabemos o que é. Às vezes, parece que Deus nos colocou aqui como ratinhos num labirinto e, enquanto tira notas, espera que um dia encontremos a saída. Nascemos um dia.

Chegámos de onde não sabíamos nada e, consoante o que encontrámos, fomos aprendendo. Eles dizem que Deus assistiu a todos esses momentos. A sua mente não divagou, não se desintressou. Eles dizem que Deus nos vê desde o início, desde quando não sabíamos nenhuma palavra. Eu também te vi quando ainda não sabias nenhuma palavra. Eles dizem que Deus nos viu nascer. Eu também te vi nascer. Essa é uma das experiências que partilhei com Deus. Sabes, apesar de estarem quase a passar doze anos sobre esse momento, também eu o consigo ver ainda com nitidez absoluta. Acredito que nunca se apagará de mim. Ao contrário de Deus, eu sempre andei longe, o meu olhar foi espaçado, mas acredita, filho, nunca te esqueci, nunca deixaste de ser parte de mim. Não foi por querer que não pousei o cobertor sobre o teu corpo antes de dormires. Não foi por querer que não brinquei contigo assim que acordaste. Demorará até que entendas, mas esperarei o tempo que for necessário. Se Deus é pai como eles dizem, então deixa-me contar-te um pouco do amor que Deus tem por ti: Deus acredita que o amor que sente por ti é maior que ele próprio, Deus acredita que os lugares onde está não são todos porque tem a certeza de que o amor que sente por ti é maior do que todos esses lugares, Deus acredita que não sabe tudo porque o amor que sente por ti é maior do que tudo. Sendo teu pai, Deus também é teu filho, filho."

 in Visão - 12 de Junho de 2008

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

e se eu fugisse pra Índia?!

ninguém me conhecia.. começava do 0...

ia trabalhar como voluntária com as Missionárias da Caridade...

talvez possa ser uma hipótese...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

98%!

Dizem os psicólogos que comunicamos 2% com palavras, ficando os outros 98% entregues ao resto (= linguagem corporal).

Pra quê gastar o nosso latim?