segunda-feira, julho 26, 2010

da dor do mundo

Doí-me a alma da dor do mundo.
Eu sei que o mundo é muito grande e por isso é grande a minha dor..

O "microclima" em que sempre vivi, é ainda mais micro do que o que pensava.

Eu sei que vivo demais, que sinto demais, mas não consigo não sentir.

Ainda me custa acreditar que a maioria é indiferente. Que a maioria escolhe viver as suas próprias dores, viver no pessimismo da descrença, viver auto-centrado. Que a maioria não é solidário, nem compreende esse princípio. Que a maioria.. simplesmente não quer saber. Não quer ouvir. Não tem tempo.
Que parte desta maioria acresce a este estado, a revolta, contra tudo o que mexe. Contra tudo o que não o ajuda a si, mas ajudar os outros nem pensar. Tratar mal os outros, porque alguém tem que ouvir, talvez possa ser.

"O dinheiro que ganho é para mim"
"Se a mim não me dão nada, porque hei-de dar eu alguma coisa a alguém?"

Não são frases que podiam ser, são frases que foram. Ouvidas por mim, atiradas a nós. E eu não posso, nem devo reagir mas há dias que não me contenho. É mais forte que eu. Sinto-nos como sacos de boxe. Ali, expostos na rua ao dispor de quem quiser. E hoje de novo, gritaram-me e eu a tremer por dentro e aguentar por fora.

Não posso deixar de me horrorizar perante a falta de Amor e de compaixão.

O que é que faltou na vida de todos para que o amor que experimentam, não ser tão forte que tenha que transbordar, o que é que faltou?! O que nos faz perder a vontade de dar? De ser para os outros? De assumir a corresponsabilidade de viver neste mundo?

Porque é que eu sou uma minoria, quando devíamos ser uma maioria?!
Somos humanos. Onde está a sensibilidade de olhar para o outro e perceber que está ali uma pessoa?

E se eu não cresse neste Deus que foi mais humano que todos os homens, não sei o que me valia. De facto, nada mais nos vale e Ele tem que bastar. Assim seja.

domingo, julho 18, 2010

do choro

reivindico o direito a chorar!


porque é que isso não há-de estar definido na Declaração dos Direitos Humanos?


tenho direito a chorar!


se estou triste, deixem-me chorar! 


posso estar triste?! é só de vez em quando...



segunda-feira, julho 12, 2010

hoje rezavam por mim assim:



"Que nuncas percas a esperança porque Deus nunca nos deixa confundidos."


Não é lindo?!? :)

quinta-feira, julho 08, 2010

porque não posso controlar

sinto-me, na maioria das vezes, esmagadoramente pequena... mas só compreendo o alcance da minha pequenez quando NADA depende de mim...

e quando sinto verdadeiramente que NADA depende de mim, assusto-me.

sei bem que a minha/nossa condição é precisamente essa de NADA depender de nós, mas é-me bastante confortável sentir também que posso fazer realmente algo em grande parte das situações, que posso ter um papel, que posso dar, que posso ter a iniciativa, que há algo que fará a diferença, que há uma coisa pequena que posso fazer. Uma coisa pequena, só uma, já me dá sentido. Mas quando não há NADA que dependa de mim, quando não há NADA que possa fazer.. aí sim compreendo o tal alcance da minha pequenez.

e não só me assusta como quase me frustra. a impotência. o ter que esperar. o saber confiar. e entregar. entregar, pelo menos, Àquele a quem devo a vida. entregar-Lhe tudo. Dizer-Lhe: agora é Contigo, agora és Tu. e seres Tu implica que é quando Tu quiseres, o que quiseres, da forma que quiseres.

e ficar quieta à espera. ora aqui está o problema são duas coisas muito difíceis para mim: estar quieta e esperar. mas na verdade a questão está em eu saber que há algo que eu não posso controlar: que me escapa, que está para além das minhas capacidades e possibilidades. e o que não controlo deixa-me sem chão. é-me difícil aceitar.

no fundo, no fundo é tudo um exercício de confiança. e os 2 exercícios de confiança, de aceitar, de entregar que Deus me pede neste tempo são dos mais difíceis que tive que fazer. mas tem que ser. e o que tem de ser... tem muita força.

terça-feira, julho 06, 2010

UNICEF

A partir de hoje sou oficialmente fundraiser da UNICEF.


Até era um ganda job senão fosse um nome pomposo pa um partime que é andar na rua a chagar as pessoas pra serem doadores regulares da UNICEF. 


Mas não me tou a queixar! É bom, muito bom.. até ver! ;)


***

sexta-feira, julho 02, 2010

menino do meu encanto

Nunca tinha chamado isto a ninguém, nunca pensei chamar sequer, mas saiu-me num dos dias em que partilhava o entusiasmo do seu novo caminho!

Sobretudo nunca tinha pensado em chamá-lo a alguém que não fosse uma paixão (no sentido estrito, limitado, vulgar..). Mas a verdade é que falamos duma pessoa apaixonante e de um terno amor meu. Mais ainda amor e mais ainda meu, porque de todos, porque decidido numa vida entregue a Deus.

Hoje recebo um telefonema brilhante deste mesmo amor. E no meio de uma conversa rápida de novidades e andanças, diz-me ele: "se eu tivesse acesso à net, criava um grupo no FB de pessoas que não gostam de pessoas inconstantes e ainda seríamos uns quantos!". E logo a seguir: "pois é, nisso somos mesmo iguais".

Não é que não gostemos mesmo de pessoas assim.. o problema até é que gostamos e muito, senão nem era assunto que nos perturbasse.. só que é algo que nos dá comichão, que nos deixa perdidos, que nos tira o chão. Somos pessoas de decisões e convicções sérias e profundas. E tudo o que seja indefinição faz-nos tremer. Particularmente adeptos da frase brutal e dura do Livro do Apocalipse: "Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Assim, porque és morno - e não és frio nem quente - vou vomitar-te da minha boca." (3, 15-16). Não é que sejamos especialmente radicais e/ou intolerantes mas quando ficamos em suspenso por causa de outros, é-nos difícil aceitar.

Do lado positivo pressupõe que somos pessoas altamente implicadas e comprometidas em tudo o que estamos envolvidos e com quem estamos envolvidos. Fiéis, permanecemos.

E entre nós, muitas vezes só mesmo entre nós, é que desabafamos estas dores de dificuldade de aceitação dos que não conseguem colocar-se assim na vida. Inteiros. ("Para ser grande, sê inteiro" - o nosso Fernando Pessoa)

Este menino do meu encanto, permanece encantado. E continua a encantar mesmo quando penso que estamos um bocadinho mais longe. Só ouvi-lo rir ao telefone, enche-me o coração. É ele que me faz desviar do meu percurso para entrar numa loja de música em Coimbra, só porque sei que ele vai ali às vezes e que gosta muito. Só para tentar sentir o que ele sente.

Estamos mesmo juntos. Na missão, no Amor. Somos tão amigos, que já somos Amor. E ele ainda me encanta, como um Amor que é sempre novo.

É por estas e por outras que digo que sou uma menina mimada do Pai. Ele é tantos mimos que quase me estraga! :)