Uma pessoa pediu-me um livro que não obrigasse a pensar.
É quase como pedir-me que eu não seja eu.
Procurei o livro e até acho que encontrei (infelizmente há tantos livros que não obrigam a pensar, quando se pensaria que essa seria uma qualidade inalienável a ser livro).
Fiquei a pensar nisto.
Não queremos pensar. Pra isso já temos os estudos, o trabalho. Não queremos aprofundar, isso só dá mais trabalho. E depois as vidas são vazias mas nem sempre na consciência, muitas vezes na ignorância. Mas será que... esta pessoa que me pede este livro pra não pensar é pior que eu? Tenho quase a certeza absoluta que não - e é senão for melhor, porque a conheço bem (se bem que também podíamos discutir o que é ser melhor que alguém..).
Então porque é que me incomoda o não querer assumidamente não pensar? Porque não me imagino fora da profundidade. Porque preciso de ir cada vez mais fundo, porque me chateia ficar pela "rama", não perceber, não conhecer, não me aproximar. De tudo, de todos. Porque tenho medo que esta pessoa esteja a fugir da verdade (bonita) que é, mesmo sem saber. Porque tenho medo que se ande a enganar em muitas coisas só porque não quer mergulhar. Porque tenho medo que a superficialidade acabe por ganhar.
Mas isto tudo sou só eu... porque ela não quer pensar..
(suspiro)
Sem comentários:
Enviar um comentário