e depois há os dias em que tentamos devorar outras vidas próximas à pressa porque não há tempo. roubam-se horas ao sono, trocam-se chás e projectos, dão-se passos no Chiado e tenta-se arrumar as casas interiores e exteriores. tudo deveria ter sido diferente, sim. mas às vezes sabe bem ser a vida a conduzir e o que se partilha não se perde jamais - porque existe para sempre em ambos os corações. não há soluções, nem sequer caminhos, mas fala-se pelo menos da ilusão de curar os males dos mundos todos que levamos na alma. e há esperança, daquela de amigos, daquela de momentos. pode nunca ser, mas já o foi nos nossos delírios verbalizados.
é bom poder verbalizar o delírio, as crueldades, a insensatez. fazendo tudo, sem fazer nada.
eu é que fui bem-vinda, afinal. e não há nada como ir buscar alguém a um aeroporto e ser finalmente... recebida.
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