devia estar a fazer a mala, mas não resisti.
há milhares de pessoas que já escreveram sobre esta adrenalina pré-viagem, sou apenas mais uma.
quando se gosta de viajar e se o faz com menos frequência do que a queremos, a viagem seguinte é sempre a melhor, seja qual ela for. e voltar a Roma, à Roma que marcou o meu coração há 11 anos atrás, com tudo por adivinhar de novo, cria esta excitação infantil.
já sei que só quando chegar ao aeroporto é que vai ser real. até lá é sempre uma miragem entusiasmante e sujeita a qualquer imprevisto e improviso. só me convenço quando o check in está irremediavelmente feito e as malas entregues. como se até lá.. não passasse de um sonho muito sonhado mas distante. aquela coisa de fazer as malas, de procurar o que já sei que me vou esquecer.. de querer adiantar o relógio na esperança de que os tempos mudem inequivocamente e nunca mais se olhe para trás, na esperança de que uma outra dimensão se abra nos nossos mundos interiores.
é isso: uma viagem é uma promessa. de mundos novos, de saudades velhas, de caminhos não percorridos.
entretanto esta viagem tem o carácter especial de incluir uma preparação de coração, porque as cidades que visitamos pelos olhos de quem as habita, são não só mais reais, como menos superficiais e podem mesmo revelar segredos jamais descobertos pelos mapas. porque os mapas são os desses mesmos corações que ao se encontrarem partilham o que lhes corre nas veias e rasga as almas.
e apertar os olhos e as mãos com muita força, repetindo insistentemente que está quase. pode ser que assim o quase chegue mais depressa!
1 comentário:
Que texto bonito, parabéns. Preparar uma viagem é mesmo assim. E é bom podermos fazer de cada viagem, uma grande viagem. Espero que Roma a receba com a mesma ânsia com que vai!
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