Espaço de partilha das várias tonalidades de azul que vou assumindo e descobrindo na minha vida..
quinta-feira, dezembro 29, 2011
do deserto
Autoria: José Luís Artur
(publicado em http://essejota.net/index.php?a=vnrhrlqqvkuivvqluprhrsqhutrhqqqkqruiqjrtrlrtqhvvrhqqquugrmqrrk&c1=7)
quinta-feira, dezembro 22, 2011
"Somos a autobiografia de Deus"
Quando despontarem as primeiras luzes do Seu cortejo
ainda nos faltará tudo:
o azeite na almotolia,
um alfabeto que descreva com outra firmeza o azul,
formas indivisíveis para este amor,
que só em fragmentos
e numa gramática imprecisa
conseguimos viver.
Quando despontarem as primeiras luzes
estaremos talvez longe:
à altura dos olhos continuaremos a trazer a mesma indisfarçável solidão
as mesmas mediações ilegíveis através do tempo
as mesmas demoras tatuadas.
O Seu advento encontra-nos sempre impreparados
e, contudo, este é o momento em que
por puro dom se nasce.
A Sua vinda testemunha o que não sabíamos ainda:
a nossa frágil humanidade é narração
da autobiografia de Deus.
ainda nos faltará tudo:
o azeite na almotolia,
um alfabeto que descreva com outra firmeza o azul,
formas indivisíveis para este amor,
que só em fragmentos
e numa gramática imprecisa
conseguimos viver.
Quando despontarem as primeiras luzes
estaremos talvez longe:
à altura dos olhos continuaremos a trazer a mesma indisfarçável solidão
as mesmas mediações ilegíveis através do tempo
as mesmas demoras tatuadas.
O Seu advento encontra-nos sempre impreparados
e, contudo, este é o momento em que
por puro dom se nasce.
A Sua vinda testemunha o que não sabíamos ainda:
a nossa frágil humanidade é narração
da autobiografia de Deus.
José Tolentino Mendonça
domingo, dezembro 18, 2011
quarta-feira, dezembro 07, 2011
das (preparações das) viagens
devia estar a fazer a mala, mas não resisti.
há milhares de pessoas que já escreveram sobre esta adrenalina pré-viagem, sou apenas mais uma.
quando se gosta de viajar e se o faz com menos frequência do que a queremos, a viagem seguinte é sempre a melhor, seja qual ela for. e voltar a Roma, à Roma que marcou o meu coração há 11 anos atrás, com tudo por adivinhar de novo, cria esta excitação infantil.
já sei que só quando chegar ao aeroporto é que vai ser real. até lá é sempre uma miragem entusiasmante e sujeita a qualquer imprevisto e improviso. só me convenço quando o check in está irremediavelmente feito e as malas entregues. como se até lá.. não passasse de um sonho muito sonhado mas distante. aquela coisa de fazer as malas, de procurar o que já sei que me vou esquecer.. de querer adiantar o relógio na esperança de que os tempos mudem inequivocamente e nunca mais se olhe para trás, na esperança de que uma outra dimensão se abra nos nossos mundos interiores.
é isso: uma viagem é uma promessa. de mundos novos, de saudades velhas, de caminhos não percorridos.
entretanto esta viagem tem o carácter especial de incluir uma preparação de coração, porque as cidades que visitamos pelos olhos de quem as habita, são não só mais reais, como menos superficiais e podem mesmo revelar segredos jamais descobertos pelos mapas. porque os mapas são os desses mesmos corações que ao se encontrarem partilham o que lhes corre nas veias e rasga as almas.
e apertar os olhos e as mãos com muita força, repetindo insistentemente que está quase. pode ser que assim o quase chegue mais depressa!
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