Fazemos mil planos.
Dizemos: a minha vida vai ser assim, assim e assim.. e se der tempo ainda assim. Tentamos seguir os planos. A vida não deixa. E nós persistimos, teimosos, tentando empurrar os caminhos exactamente para onde era "suposto" estarem.
Não é que toda a gente seja assim, mas estou convencida, que a esmagadora maioria, consciente ou inconscientemente, o é.
Os planos a falharem e nós a insistirmos neles. A vida a dizer: não é por aí! E nós: é, porque eu quero. Mas a vida não se coaduna com os nossos quereres. Era o que faltava!.. Ainda pensarmos que mandamos alguma coisa nela! Há uns que vivem a vida inteira em negação. Não querem aceitar que seja de outra forma e por isso aceitam viver a fingir.
Por estas semanas, deixei cair mais um mito urbano pessoal.
Tenho esta panca de dois critérios muito bem fechados e definidos no recrutamento masculino. Como são dois critérios relativamente difíceis de conciliar num só homem, a eliminação é constante e fácil, mas que necessariamente torna difícil uma "selecção".
Sou um bocadinho presunçosa. Procuro o "gourmet", argumentando que sou selecta. No entanto, no meio do deserto dos últimos tempos, uma pequena gota de água substituiu muito bem uma garrafinha de Evian ou Perrier. O que me fez concluir o seguinte: na verdade, o "gourmet" é rapidamente relegado para segundo plano quando nos deparamos com o básico e essencial para uma relação - interesse e carinho (Amor). Se nos sentimos verdadeiramente estimados caem por terra os critérios e as exigências, deixa de importar uma inteligência olímpica ou um estilo de vida quase paralelo.
Não que eu tenha encontrado um amor da minha vida, mas tive a graça de me cruzar com alguém que me fez recolar tudo em perspectiva e, apesar de ser fruto de uma história tão insólita como relampejante, valeu pelo que me fez questionar. Não há cá selecções quando há Amor. O Amor por si já é uma selecção.
E lá levei eu (mais) uma chapada de luva branca e mais uma linha do meu "guião" interno riscada, só para eu reaprender a humildade da minha pequenez, para saber o meu lugar. Não há, nem vai haver planos que me salvem. O inesperado continuará a irromper pela minha vida sem pedir licença nem ter considerações por regras e eu tenho mais é que me habituar a este reset constante e libertar-me das formatações.
Por muito livre e independente que eu pense que já sou, a verdade é que ainda tenho muito que tirar de dentro do meu quadrado.
Que eu tenha discernimento e abertura para isso.
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