segunda-feira, agosto 24, 2009

nunca é bem como imaginamos

Nas amizades entrelaçadas, que sabem a velhas quando ainda vão na primeira infância, encontramos sempre o espaço das confidências mais profundas.. e mesmo quando o acordo não é evidente, a partir do momento em que se partilham famílias, tudo ganha outra dimensão.

S. Simão de Litém foi onde pude deter o olhar, nesta minha insaciedade de ler as coisas e as pessoas, observei do meu canto vidas que não são minhas, que não são as que conheço nem partilho. Escondidas, desta vez, numa freguesia do centro do país. E eu ia ficando pasma com o meu pasmo. E a T., ao perceber, que a minha cabeça não parava, ia perguntando: "mas no que é que estás a pensar agora?" Mas às vezes nem eu sei essa resposta porque as voltas do meu pensamento nem sempre são claras. É que também não me apetecia falar (ou pelo menos tanto como o normal), só me apetecia olhar, olhar... Descobrir outro Deus numa procissão com bolos de ferradura e até o próprio Senhor "porque nesta terra as pessoas sabem estar em ambiente de recolhimento nas procissões", dizia o padre.

Olhar para trás (em duplo sentido) e descobrir num abraço (em triplo sentido!) uma cara de Moz. Como é que o mundo dá voltas e junta pessoas de lonjuras de tempo, espaço e coração num sítio inesperado?

A música. Sempre a música, duns primos que nem são todos, de profissionais que são amadores ou será que são amadores profissionais?

Histórias de vida cheias e vidas difíceis com sotaque francês. Quermesses e bandas.

E de repente um sms: "Ola andreia tas boa? Olha é com grande alegria e paz que te comunico a minha entrega a Deus, entrando para a Companhia de Jesus. Um grande beijinho" Fico histérica. Já tinha dito que as vocações (qualquer uma) são coisas que me emocionam profundamente?! ;) As jesuítas ainda mais. Mas de repente lembro-me: "lá perdemos nós, mulheres, mais um pra Deus.. e não só um dos bons, mas um dos melhores! É uma disputa um bocado injusta." Os jesuítas têm sempre armas mais fortes que nós, graças a Deus! :)

Um tripulante que se perdeu mesmo no início desta viagem mas que se colou (de vez) às nossas palavras e aos nossos corações.

E nós, duas almas viajantes (e estranhamente parecidas nisto), a viajar sempre pelo mundo, pelas pessoas, pelo Amor. E a procurar mais, sempre mais. A ficarem respostas por dar e horas por dormir. Mas persistindo sempre, como no início, a companhia das amizades entrelaçadas.

Voltar hoje num comboio às 6h30 da manhã e encher-me da nostalgia que é fazer um interrail. Estou a ficar inquieta. Não quero ir trabalhar. Quero embarcar de novo nessa Europa fora para reciclar as vistas. Mas não cedo e vou trabalhar. Quero confiar que existirão outras viagens.

Obrigada*

3 comentários:

ticha disse...

woooo*

Ricardo Dias disse...

BEM, perante tudo isto nem sei o que te diga...Simplesmente agradecer as palavras, a amizade e a dedicação que sei que ambos fazemos, caminhando no caminho que Ele quiser...Da infância, espero que a nossa amizade se torne uma bem adulta...
Beijinho, Ricardo

Tiago disse...

Deixa Deus entrar na tua casa! E não tenhas medo de olhar, mas não olhes só, vê! Abre ainda mais o teu coração aos seus desígnios!

Agora vou continuar o meu caminho, e aprender mais porque ainda sou muito pequeno.

Abraço com sabor a mel de rosmaninho