sexta-feira, novembro 20, 2009

não sei amar de outra forma

O meu caríssimo F. diz que não devemos usar a palavra óbvio porque o que é óbvio para nós não o é muitas vezes para os outros e não devemos partir do pressuposto que o é.

Hoje vinha no carro a pensar que, de facto, eu só sei amar de uma forma. E por muito que me esforce, não há outra. Para mim é óbvio que amar seja isto e assim, mesmo sabendo que não o é para todos, mesmo experimentando com dor, que não é muitas vezes assim para os outros.. Não sei bem porque amo assim. Não sei se me ensinaram ou se nasceu comigo, não sei se o escolhi em algum ponto. Talvez nesse ponto tenha decidido que amar só podia ser assim e a partir daí não tenha existido mais retorno possível.

Só sei amar com tudo o que sou. Com toda a força, alegria e dor. Só sei amar na forma exagerada, exponenciada, romântica, plena. Não consigo amar bocadinhos, gostar em bocadinhos ou partes.. ou amo tudo ou não amo. E quando amo, por isto mesmo, é a sério. Não é a brincar, não é uma "fase", não é inconsequentemente. Não me passa porque quero, porque sim ou até mesmo pela razão mais que válida de simplesmente não fazer sentido. Torno-me melodramática, vivo tudo com a intensidade máxima como se a minha vida quase dependesse daquele amor. Choro, sonho, morro. E nunca estou satisfeita, acredito ainda que aquele amor pode sempre ser mais. Às vezes cega-me, encolhe-me, estreita-me o caminho, desorienta-me por completo. Porque é muito e eu não sei amar se for pouco. Não sei amar senão for tudo.. não sei amar mais ou menos, não sei amar às vezes, não sei amar só quando estou presente. Só sei amar sempre.

Sofro imenso, sim. É muito cansativo amar assim... fico exausta, penso que não vou aguentar. Depois quando acalma porque o Amor cresce, sei que valeu a pena, mas aí surgem também outras formas de sofrimento.

É que o Amor que não se dá, rebenta dentro de nós. Eu às vezes tenho essa sensação: a de que vou explodir por falta de escoamento de Amor. Ele é tanto dentro de mim que precisava de sair mais frequentemente...

Mas não me arrependo de amar assim. Sei que quando amo, me meto toda nesse Amor. Sou verdadeiramente verdadeira no Amor. E só o que é verdadeiro vale a pena.

É irracional talvez. Mas é genuíno.

Vou ali amar e já volto.

quinta-feira, novembro 19, 2009

dos dias quietos em que as coisas até parecem que fazem sentido..

terça-feira, novembro 17, 2009

a aldeia mágica

Vou a Taizé.

Vou regressar. Será possível?

Até tenho medo de não lá chegar!

Mas estou a caminho! :) Ainda que a viagem só comece sábado.
Talvez me perca (encontre) em França e não precise mais de voltar.
*

terça-feira, novembro 10, 2009

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem carácter, nem dos sem moral.

O que mais me preocupa é o silêncio dos bons".


Martin Luther King

segunda-feira, novembro 09, 2009

segunda-feira, novembro 02, 2009

morreste-nos.. nasceste para Deus!

Morreste-nos...
Confesso que tinha uma esperança secreta de te reencontrar ainda nesta vida.. confesso que ainda me inspiravas... que ainda te lembrava com carinho, apesar de já não tantas vezes.. é verdade, eu sei.. confesso que naquele dia em que me ligaste e disseste que estavas pior, não me preocupei. Sabia-te forte. Não tinha dinheiro no telemóvel. Não te voltei a ligar. Carreguei o telemóvel, mas esqueci-me de te ligar.. e tu, à traição, morreste-me..
Eras uma das minhas heroínas.. daquelas mulheres fortes como só as moçambicanas podem ser. daquelas mulheres que lutam contra tudo o que podem.. até contra as doenças... as doenças dos outros, que com as nossas podemos nós bem.. mas havia tantos que não aceitando a tua luta, tentavam silenciá-la... mas não se silenciam heróinas porque o seu silêncio é já um grito e uma vitória simultaneamente!
Não sei se tinhas o direito de nos morrer mas sei que às vezes tinhas a vontade... Mas depois cantavas como nesta fotografia... e parecia que nada de mal ia acontecer. Na verdade eu fui-me deixando acreditar, que como todas as heróinas serias invencível... fui-me deixando crer que havia ainda mais um abraço pra te dar... mais uma gargalhada pa rirmos... mais uma "cusquice" pra partilharmos... E agora que tenho a certeza que és eterna, lembro-me também que me falavas do céu como nunca ouvi ninguém a falar: falavas com um brilho nos olhos e ansiavas por ele com uma força e uma vontade insdiscritível... Sim, consigo imaginar-te "lá em cima" a dançar, a cantar, a dar os teus gritinhos e a seres ainda mais bonita do que já eras aqui.
Partiste para junto do que sempre desejaste. És santa. Esperaste por um domingo e na madrugada de segunda morres.. Tremo só de pensar que o pediste e planeaste assim mesmo. Aposto que rezaste o terço antes de ir e invocaste Santa Cecília.
Foste das pessoas mais marcantes da minha missão. Nem sei se Lichinga sem ti pode ser Lichinga... Eras a minha cunhada...
Mas a ti, mais do que a ninguém consigo imaginar a dizer-nos a dizer a seguinte oração:

"Se conhecesses o mistério imenso do Céu onde agora vivo,
este horizonte sem fim, esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias, se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus, na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu amor, uma enorme ternura
que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo, pensa nesta casa onde um dia
estaremos reunidos para além da morte, matando a sede
na fonte inesgotável da alegria e do amor infinito.
Não chores, se verdadeiramente me amas!"

(Santo Agostinho)

Olhas por nós? Se alguém o pode fazer és tu!
Assante sana!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!