coração dividido

A estranheza de pertencer a dois mundos absurdamente diferentes, divide-nos o coração.

Como diz a S. deviamos poder ter o melhor dos dois mundos mas não podemos...

Temos que escolher... Lá conseguimo-nos abstraiar totalmente deste mundo ocidental, mas cá não dá para esquecer... E se o ano passado me movia a aventura do desconhecido, agora move-me o regresso à minha outra casa onde tudo é bem mais fácil e simples. Onde não há tantas complicações e, apesar de tudo, talvez as pessoas sejam mais transparentes. Eu, pelo menos, consigo ser mais transparente e verdadeira. Melhor pessoa e até talvez mais eu. E por isso a divisão. Já lá dizia que gostava de poder levar os que me enchem o coração todos numa caixinha para poderem espreitar o que sinto lá. Gostava de ter uns "tamagochis" privados versão M. e D. para andarem sempre comigo... O que fica aqui são sobretudo as pessoas que não posso abraçar um ano inteiro.. seja por minha ou sua causa... A quem não posso ligar para ir tomar um "café". Fica o conforto e consolo de ter jesuítas para me ouvir (sobretudo depois do dia em Braga, obrigada pelo acolhimento "filósofos"...), a independência e o anonimato.

Mas a minha missão não acabou... talvez acabe daqui a um ano, talvez dure a vida inteira... mas isso só Deus sabe...

É a última semana! Não me façam pedidos difíceis... Este ano custa um pouco mais partir porque este ano sei o que abdico e conheço para onde volto e ainda que com toda a vontade de voltar, também sei melhor as dificuldades que vou encontrar e quem não pode estar lá ao meu lado.

Estou aqui e estou lá, e a partir de agora e para sempre dividida...

Obrigada por estes dias!

Baci